Noções de clima
À
arquitetura cabe tanto amenizar as sensações de desconforto impostas por climas
muito rígidos, como também propiciar ambientes que sejam tão confortáveis como
espaços ao ar livre em climas amenos. (pg: 53)
A
maior influência da radiação solar é na distribuição da temperatura do globo,
que variam durante o ano de acordo a época e a latitude.
As
longitudes são medidas de 0° a 180°, a leste ou a oeste com relação ao
Meridiano de Greenwich.
As
latitudes são medidas de 0° a 90°, a partir do Equador e se dirá que ela é
Norte de tiver acima e Sul se estiver abaixo.
Sendo
o eixo imaginário da Terra aproximadamente 23 ½° em relação à normal, o Sol
percorrerá aparentemente uma região do céu correspondente, na Terra, àquela
entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, com a duração de seis meses em cada
sentido. (pg: 55)
Assim
o Sol atingirá perpendicularmente o trópico de Câncer no dia 21 de junho às 12
horas e o trópico de Capricórnio no dia 22 de dezembro no mesmo horário. Sendo
esses dias denominados solstícios.
Os
dias 23 de setembro e 22 de março são denominados de equinócios, pois resulta
na duração do dia igual a da noite.
Quanto
maior for a latitude de um local, menos será a quantidade de radiação solar
recebida e, portanto, as temperaturas do ar tenderão a ser menos elevadas. (pg:
57)
O
calor da água é quase o dobro do da terra, e a camada de ar úmido dos oceanos
tem a capacidade de reter esse calor. Isso faz os oceanos serem uma grande
parte de reserva do calor mundial.
As
brisas terra-mar, também são explicadas por essa diferença de calor entre
ambos. Durante o dia a brisa é no sentido mar-terra e durante a noite esse
sentido se inverte.
Quanto
à topografia, um relevo acidentado pode ser uma barreira para os ventos,
modificando as condições de temperatura e umidade na escala regional.
Quanto
ao revestimento dos solos, quanto maior for a umidade do solo, maior será a
condutividade térmica. Um solo pouco úmido se esquenta rápido durante o dia e
durante a noite devolve o calor armazenado, provocando uma grande amplitude
térmica.
A
umidade é conseqüência da evaporação das águas e da transpiração das plantas,
ela varia de acordo a temperatura do ar.
A
nebulosidade pode formar uma barreira que impede a penetração de parte
significativa da radiação solar direta, e pode dificultar a dissipação na
atmosfera do calor desprendido do solo à noite.
A
variação das pressões atmosféricas pode ser explicada, entre outros fatores,
pelo aquecimento e esfriamento das terras e mares, pelo gradiente de
temperatura no globo e pelo movimento de rotação da Terra. (pg:63)
Adequação
da arquitetura aos climas
As
modificações climáticas podem ser tais que as áreas urbanas, notadamente as
maiores, resultem em
verdadeiras Ilhas de Calor (pg: 65), que são geradas pelo revestimento
de concreto e asfalto, e por as cidades serem produtoras de calor.
Nas
regiões predominantemente quentes no Brasil, a arquitetura deve contribuir para
minimizar a diferença entre as temperaturas externas e internas do ar. (pg:66)
Quanto
mais seco for o clima, mais acentuadas serão suas temperaturas extremas
(mínimas e máximas). (pg: 67)
À
noite, a temperatura do ar é menos, então o solo perde o calor armazenado
durante o dia para o ar.
Se
o clima for úmido, a temperatura não varia muito da diurna, pos as partículas
de água também vão perder calor para o ar.
Se
o clima for quente e seco, vão existir poucas partículas de água e por isso o
solo vai ter mais facilidade de perder calor. Com isso a temperatura noturna
será muito mais baixa que a diurna.
Em
climas secos, como o de Brasília, a arquitetura tem que se adequar e
possibilitar que o clima interno seja mais baixo durante o dia e mais alto
durante a noite.
Outro
fator a se considerar é o tamanho das aberturas, que devam ser pequenas para
evitar tanto o vento que traz poeira, quanto à radiação solar. As edificações
podem ser pensadas fazendo sobra umas as outras. A circulação urbana pode ser
planejada, prevendo que as ruas mais largas tenham a direção leste-oeste, por
causa da incidência do sol nas fachadas; já as ruas com direção norte-sul devem
ser mais estreitas, para proteger os pedestres do sol.
Os
espaços abertos devem ter chafarizes, entre outros, para umidificarem o ar e
trazer maior sensação de conforto.
Por
outro lado a vegetação deve funcionar como barreira aos ventos, além de,
naturalmente reter parte da poeira em suspensão no ar. (pg:69)
Diferente
do clima seco, o clima úmido não tem uma variação grande de temperatura do dia
pra noite, e sim um alívio térmico. Portanto deve-se construir grandes
aberturas, porém podendo ser protegidas da radiação solar durante o dia sem
impedir a ventilação. A vegetação não deve impedir a passagem dos ventos. As
edificações devem estar organizadas de modo a permitir a ventilação entre todos
os edifícios e em seus interiores. A largura das ruas: as ruas perpendiculares
ao vento devem ter maiores dimensões.
O
partido arquitetônico tem que prever construções alongadas. (pg: 71)
Em
qualquer clima quente os pedestres devem ser protegidos da radiação, para isso
a vegetação (e outras formas) pode agir como sombreamento. Materiais que
reflitam muito a radiação solar ou que tenham grande poder de armazenar calor
devem ser evitados nas superfícies externas, principalmente em climas úmidos,
pois, à noite, o calor armazenado, ao ser devolvido para o ar, dirigir-se-á
tanto para o interior como para o exterior das edificações. (pg: 73). A pintura
externa deve ser mais clara para refletir a radiação.
Em
climas temperados a escolha do partido arquitetônico deve ser ponderada a
partir do grau de umidade relativa do ar, da variação da temperatura anual e
diária e da quantidade de radiação recebida.
É
preciso encontrar o meio termo, planejar o que vai servir tanto para o calor
quanto para o frio, ambos intensos.
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