quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Síntese do capítulo 3 do livro Manual de conforto termico



Noções de clima

À arquitetura cabe tanto amenizar as sensações de desconforto impostas por climas muito rígidos, como também propiciar ambientes que sejam tão confortáveis como espaços ao ar livre em climas amenos. (pg: 53)
A maior influência da radiação solar é na distribuição da temperatura do globo, que variam durante o ano de acordo a época e a latitude.
As longitudes são medidas de 0° a 180°, a leste ou a oeste com relação ao Meridiano de Greenwich.
As latitudes são medidas de 0° a 90°, a partir do Equador e se dirá que ela é Norte de tiver acima e Sul se estiver abaixo.
Sendo o eixo imaginário da Terra aproximadamente 23 ½° em relação à normal, o Sol percorrerá aparentemente uma região do céu correspondente, na Terra, àquela entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, com a duração de seis meses em cada sentido. (pg: 55)
Assim o Sol atingirá perpendicularmente o trópico de Câncer no dia 21 de junho às 12 horas e o trópico de Capricórnio no dia 22 de dezembro no mesmo horário. Sendo esses dias denominados solstícios.
Os dias 23 de setembro e 22 de março são denominados de equinócios, pois resulta na duração do dia igual a da noite.
Quanto maior for a latitude de um local, menos será a quantidade de radiação solar recebida e, portanto, as temperaturas do ar tenderão a ser menos elevadas. (pg: 57)
O calor da água é quase o dobro do da terra, e a camada de ar úmido dos oceanos tem a capacidade de reter esse calor. Isso faz os oceanos serem uma grande parte de reserva do calor mundial.
As brisas terra-mar, também são explicadas por essa diferença de calor entre ambos. Durante o dia a brisa é no sentido mar-terra e durante a noite esse sentido se inverte.
Quanto à topografia, um relevo acidentado pode ser uma barreira para os ventos, modificando as condições de temperatura e umidade na escala regional.
Quanto ao revestimento dos solos, quanto maior for a umidade do solo, maior será a condutividade térmica. Um solo pouco úmido se esquenta rápido durante o dia e durante a noite devolve o calor armazenado, provocando uma grande amplitude térmica.
A umidade é conseqüência da evaporação das águas e da transpiração das plantas, ela varia de acordo a temperatura do ar.
A nebulosidade pode formar uma barreira que impede a penetração de parte significativa da radiação solar direta, e pode dificultar a dissipação na atmosfera do calor desprendido do solo à noite.
A variação das pressões atmosféricas pode ser explicada, entre outros fatores, pelo aquecimento e esfriamento das terras e mares, pelo gradiente de temperatura no globo e pelo movimento de rotação da Terra. (pg:63)

Adequação da arquitetura aos climas

As modificações climáticas podem ser tais que as áreas urbanas, notadamente as maiores, resultem em verdadeiras Ilhas de Calor  (pg: 65), que são geradas pelo revestimento de concreto e asfalto, e por as cidades serem produtoras de calor.
Nas regiões predominantemente quentes no Brasil, a arquitetura deve contribuir para minimizar a diferença entre as temperaturas externas e internas do ar. (pg:66)
Quanto mais seco for o clima, mais acentuadas serão suas temperaturas extremas (mínimas e máximas). (pg: 67)
À noite, a temperatura do ar é menos, então o solo perde o calor armazenado durante o dia para o ar.
Se o clima for úmido, a temperatura não varia muito da diurna, pos as partículas de água também vão perder calor para o ar.
Se o clima for quente e seco, vão existir poucas partículas de água e por isso o solo vai ter mais facilidade de perder calor. Com isso a temperatura noturna será muito mais baixa que a diurna.
Em climas secos, como o de Brasília, a arquitetura tem que se adequar e possibilitar que o clima interno seja mais baixo durante o dia e mais alto durante a noite.
Outro fator a se considerar é o tamanho das aberturas, que devam ser pequenas para evitar tanto o vento que traz poeira, quanto à radiação solar. As edificações podem ser pensadas fazendo sobra umas as outras. A circulação urbana pode ser planejada, prevendo que as ruas mais largas tenham a direção leste-oeste, por causa da incidência do sol nas fachadas; já as ruas com direção norte-sul devem ser mais estreitas, para proteger os pedestres do sol.
Os espaços abertos devem ter chafarizes, entre outros, para umidificarem o ar e trazer maior sensação de conforto.
Por outro lado a vegetação deve funcionar como barreira aos ventos, além de, naturalmente reter parte da poeira em suspensão no ar. (pg:69)
Diferente do clima seco, o clima úmido não tem uma variação grande de temperatura do dia pra noite, e sim um alívio térmico. Portanto deve-se construir grandes aberturas, porém podendo ser protegidas da radiação solar durante o dia sem impedir a ventilação. A vegetação não deve impedir a passagem dos ventos. As edificações devem estar organizadas de modo a permitir a ventilação entre todos os edifícios e em seus interiores. A largura das ruas: as ruas perpendiculares ao vento devem ter maiores dimensões.
O partido arquitetônico tem que prever construções alongadas. (pg: 71)
Em qualquer clima quente os pedestres devem ser protegidos da radiação, para isso a vegetação (e outras formas) pode agir como sombreamento. Materiais que reflitam muito a radiação solar ou que tenham grande poder de armazenar calor devem ser evitados nas superfícies externas, principalmente em climas úmidos, pois, à noite, o calor armazenado, ao ser devolvido para o ar, dirigir-se-á tanto para o interior como para o exterior das edificações. (pg: 73). A pintura externa deve ser mais clara para refletir a radiação.
Em climas temperados a escolha do partido arquitetônico deve ser ponderada a partir do grau de umidade relativa do ar, da variação da temperatura anual e diária e da quantidade de radiação recebida.
É preciso encontrar o meio termo, planejar o que vai servir tanto para o calor quanto para o frio, ambos intensos.

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